
O Telhado (1ª parte)

Vamos contar mais um dos problemas que ocorreram. Desta vez, o assunto é o telhado. Desde o início que falei com o Luís Marinho sobre o telhado e foi fácil perceber que ele entendia tanto de isolamento térmico de telhados como eu falo fluentemente chinês. Começou por sugerir a aplicação de um isolamento térmico no telhado, tal como tinha sido construído na obra que realizou em Samora Correia. Claro que tirei informações sobre o dito telhado e os comentários não podiam ser piores. Mais uma vez, os próprios funcionários do Luís Marinho foram os primeiros a dizer que o trabalho efetuado tinha uma qualidade muito má e afirmaram que “ficou uma grande mer… ”, mas provavelmente o dono da obra verá isso na primeira pessoa daqui a algum tempo. O Luís Marinho ainda tentou apresentar outro tipo de telhado fabricado por uma empresa cerâmica da região, mas como tinha partes metálicas na construção, desistiu logo da ideia. A casa fica a um quilómetro do mar e a maresia corroí o ferro.

Por iniciativa própria, procurei outras soluções e encontrei um tipo de isolamento que não é inédito em Portugal, mas que é muito usado nos países frios. Apresentei ao Luís Marinho o sistema de isolamento que pretendia instalar e questionei se teria capacidade e conhecimentos para montar o telhado. Claro que a resposta foi afirmativa, (resposta tão positiva que parecia que já fazia este tipo de trabalho desde pequenino). Mais uma vez questionei alguns elementos que trabalham há mais tempo na “equipa maravilha” e obtive mais uma vez uma resposta clara. “Nunca fizemos um telhado desse tipo… nem nunca vi nada assim!” Foi o argumento de que precisava para procurar alguém competente para o fazer e tentar integrá-lo na equipa. Falei com um profissional que ambos conhecíamos e a meu pedido passou a fazer parte da equipa responsável por concluir este projeto com sucesso, mas apenas por alguns dias, devido à falta de disponibilidade. O Luís Marinho usou do escárnio e gozo para me responder quando o informei de que a equipa iria ter um elemento novo sob a minha responsabilidade. Considero uma atitude reprovável, não se enquadra na postura de um gestor de homens, nem tão pouco como católico fervoroso que se intitula.
Quanto à igreja, tenho uma opinião muito pessoal que partilho convosco rapidamente. Respeito as crenças religiosas de todos, afinal de contas não estou aqui para criticar as religiões, mas sim para partilhar as experiências que vivi. Entretanto, é notável que o Luís Marinho, mesmo manifestando concordância com os princípios da igreja, não os aplique na sua vida profissional quotidiana.
No dia 29 de agosto de 2022, iniciou-se a montagem de andaimes para a reconstrução do telhado. Nesse dia, eu estava de férias e regressei alguns dias mais tarde. Ao regressar à obra, encontrei o Vandame-lee e o Aparadinho, que eram a dupla responsável pela montagem do andaime da casa. Neste primeiro dia, vejo que chegam mais tarde e prontificam-se a explicar que tinham ido ao estaleiro da empresa para a qual trabalham buscar peças ou algo do género. Meia hora depois, voltam a sair e dizem que vão buscar algo que se esqueceram. Este exercício foi repeditodo várias vezes e foi então que reparei que, para além da falta de organização, os funcionários do Luís Marinho andam sempre aos pares e que, até para conduzir uma viatura, é preciso um ajudante de motorista, quando existe trabalho a fazer na obra. Além disso, este trabalho foi pago à hora e não foi feito qualquer tipo de orçamento, uma vez que, para além de contratar um elemento externo para a equipa, tive de comprar todos os materiais diretamente. Telefonei para o Luís a perguntar se era prática normal, pediu desculpa e disse que iria resolver o problema.