
Como Não Aplicar Tela Pitonada

O que é tela pitonada?
Trata-se de um material utilizado na construção civil para proteger e drenar estruturas, como alicerces, fundações e muros de contenção. Consiste numa membrana de polietileno de alta densidade (PEAD) com textura em relevo (ou “pitonada”), que cria canais para a ventilação da área protegida.
As principais funções da tela pitonada para alicerces são:
– Proteção: protege a impermeabilização das fundações contra danos mecânicos durante o enchimento de terra ou outros processos de construção.
– Ventilação: facilita a ventilação das paredes e fundações, ajudando a manter as estruturas secas e livres de humidade.
OS QUE DIZEM OS FABRICANTES
Existe muita informação, principalmente na internet, sobre as vantagens da aplicação deste tipo de tela, bem como sobre a forma correta de a aplicar. Esta informação deveria ser conhecida por qualquer responsável de uma empresa de construção civil com alvará emitido pelo IMPIC.
É MUITO FÁCIL ENCONTRAR INFORMAÇÃO NA INTERNET
COMO FAZ O LUÍS MARINHO E A EQUIPA MARAVILHA?
Na epopeia da reabilitação da casa, parece que o improviso se tornou a ordem do dia – e o Luís Marinho, figura emblemática desta tragicomédia, não acertou uma única vez. Quem diria que proteger as fundações com uma simples manga plástica, típica da agricultura, seria a receita perfeita para causar futuras infiltrações? Afinal, como bem disse Fernando Pessoa, “tudo vale a pena se a alma não é pequena”, mas, neste caso, a alma do projeto parecia ter sido substituída por uma falsa impressão de competência.
No entanto, como é visível nas fotos, a autoria do nosso conhecido empreiteiro está por detrás da aplicação de uma tela plástica de fina espessura, fixa com preguinhos de aço. O desenvolvimento desta fase inicial esteve a cargo do conhecido colaborador Vem-Vai, (apresentado como o CR7 dos pedreiros). Como é evidente, o plástico não é indicado para este tipo de aplicação, tanto em termos de resistência como de durabilidade. Talvez estejam a pensar que é mentira, mas as fotos mostram que, como sempre, estou a dizer a verdade.
Fui alertado por pessoas amigas e com forte conhecimento de construção civil de que estava prestes a cometer um erro se deixasse continuar a obra original do construtor. Assim, solicitei que o plástico agrícola fosse substituído por tela pitonada, que é própria para o efeito. Foi também colocado um tubo drenante geotextil. Todo este trabalho foi realizado porque o piso escolhido para todo o espaço exterior foi um pavimento em blocos de cimento drenante.
No entanto, mais uma vez, as coisas não ficam bem feitas à primeira. Numa demonstração de habilidade ímpar, a equipa do nosso mestre-de-obras colocou a tela pitonada… ao contrário! Sim, leram bem. Os alvéolos, que deveriam ficar virados para a parede a fim de promover o arejamento, ficaram voltados para o exterior. Deve ter pensado que estava a construir uma casa para toupeiras, com túneis de ventilação virados para o solo.
Enquanto o Luís Marinho insiste em defender que “errar é humano”, eu pergunto: quantos erros cabem numa única obra?
Com isto tudo, foram gastas mais horas de trabalho por falta de experiência e responsabilidade de um empreiteiro sem conhecimento de obras.
Moral da “história”, paguei para colocar plástico agrícola a proteger os alicerces da casa, paguei também para retirar o plástico agrícola e paguei ainda para colocar a tela ao contrário. E claro, vou ter de pagar para ter o trabalho bem feito e com rigor. Todos estes trabalhos foram pagos. Trata-se, sem dúvida, de um exemplo de profissionalismo do melhor que existe lá para os lados dos Casais Brancos.
Nota: Nenhuma tela pitonada foi maltratada intencionalmente na escrita deste texto. Apenas a paciência do autor.