Buronardo - O Visionário - Luis Marinho A Verdade
Luis Marinho A Verdade
O Visionário (Des)alinhado

Buronardo

Há personagens que entram em cena com a subtileza de uma brisa e outras que irrompem como um furacão. Buronardo pertence, sem sombra de dúvida, à segunda categoria. Descendente directo da figura central do nosso enredo, traz consigo não só o peso do nome mas também um talento peculiar — ou pelo menos, é assim que ele o apresenta ao mundo.

Com uma capacidade quase mística, Buronardo consegue ver lances de fora de jogo antes da bola sequer cruzar o meio-campo. Uma espécie de oráculo futebolístico dos tempos modernos. As redes sociais são o seu púlpito. Lá, partilha a sua visão particular sobre as regras do futebol, muitas vezes reinventando-as com uma segurança desarmante. Se Einstein dizia que “a imaginação é mais importante que o conhecimento”, Buronardo parece levar isso ao extremo… até nas leis do desporto-rei.

Ora vejamos os comentários nas redes sociais visíveis a todo público:

Buronardo - O Visionário

Mas nem tudo são golos e aplausos. Dentro da equipa de Luís Marinho, o nome Buronardo desperta reacções mistas. Alguns dizem que é difícil colaborar com ele, outros lamentam a sua falta de empenho em tarefas mais mundanas, como ajudar a aprovisionar obras com as matérias-primas necessárias. Há quem diga que podia contribuir mais, mas prefere refugiar-se na sua visão do mundo — sempre única, nem sempre útil.

E depois há aquele episódio com o carro do pai. Uma história contada cá na obra em várias versões pelos membros da equipa maravilha, todas concordantes num ponto: foi uma cena absolutamente inesquecível. Um momento digno de figurar em qualquer crónica de família, entre o trágico e o cómico, como só os grandes desastres conseguem ser.

Pessoalmente, a minha experiência com Buronardo foi… digamos, curiosa. Fala como se fosse o pai a falar — talvez uma tentativa de legitimar as suas ideias ou apenas um reflexo do legado que carrega. Lembro-me bem de uma reunião onde garantiu, com uma solenidade quase bíblica, que “todos os problemas iriam ser resolvidos”. A frase ecoou com esperança, mas, tal como um passe mal medido, caiu num vazio desconcertante. Porque, claro está, nada se resolveu.

Buronardo é uma personagem que desafia o entendimento comum. Um misto de génio incompreendido e distraído de primeira linha. Talvez um dia compreendamos melhor o seu papel neste universo peculiar. Por agora, é apenas mais uma peça nesta história, às vezes absurda, outras vezes surpreendentemente humana.

LUÍS

  

MARINHO

  

A VERDADE